me entrego sem passado.
me dou por inteira.
esqueço todas as outras metades.
arrisco.
choro.
me transformo em uma de novo.
não tenho medo do novo.
experimento o mesmo ciclo que risquei a pouco tempo atrás.
quero a intensidade dos momentos que duram para sempre.
sem razão.
sem porquês e oquês.
me aproximo de mim mais uma vez e reconheço um lugar
completamente esquecido.
queria saber dizer as palavras certas.
qual é a fórmula mesmo?
e as respostas me satisfazem por inteira, ou só metade?
e qual delas?
a cada história deixo um pedaço de mim.
queria juntar todos e me tornar a "pessoa certa".
será que eu ainda lembro onde deixei eles?
e se o que eu achar não for o que eu esperava?
será que passa?
então o que fica?
de cada resto... será que sobrou alguma coisa?
as mentiras que eu conto pra mim mesma são
o que me impedem de voltar lá.
mas eu sinto falta.
muita falta.
na frieza do pensamento de quem acaba de acordar
tenho vontade de fechar os olhos e voltar pra onde
os sonhos são a única realidade possível.
se eu olhar pro lado,
você me dá a mão?
se eu tropeçar,
você me segura?
quando meu pé esfriar,
você me abraça?
quando eu sentir medo,
você me conta uma piada?
quando eu gozar,
você beija a minha boca?
quando a realidade estiver impossível de suportar,
você me leva pra ver o mar?
quando eu quiser ficar sozinha,
você me escreve um poema?
quando eu quiser ir embora,
você me promete o impossível?
quando eu me despedir,
você pára o trânsito?
quando a rua estiver deserta,
você me dá um banho de chuva?
quando o sol se por,
você deita do meu lado?
quando eu te encontrar,
você promete que vai me avisar?
qual o tamanho da minha própria ilusão?
expectativas desesperadas.
grandes, grandes expectativas.
a solução pra tudo.
a cura!
o fim dos meus problemas.
o começo da conquista.
a vitória!
a resposta pros meus instantes infinitos de felicidade!
não quero me machucar de novo.
já machucou...
e agora...?
repetição, repetida, repetição repetida.
de novo. mais uma vez.
é melhor ficar muda do que perder o sentido.
esqueçe... nada... deixa pra lá...
quem REINVENTOU o amor (?),
esqueçeu onde escondeu a vontade de dizer:
Eu te amo.
lágrimas desperdiçadas...
tempo desperdiçado...
andando em direção a lugar nenhum.
sem direção.
midraj...
03/11/2008
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Um comentário:
a não-direção é, também, um sentido...
geralmente, é uma boa opção!
:)
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