24/01/2010

a pessoa leva as sensacoes consigo
os lugares nao tem cor
os lugares nao tem alma
os lugares só existem se a pessoa o leva consigo
ele muda de endereco
ele sai do espaco físico e transporta se pra dentro da cabeca da pessoa
ali o lugar vive pra sempre
ali o lugar resiste a tudo
voltando ao lugar
agora ele nao tem mais o que tinha antes
mesmo intacto
.
o lugar nao é mais o lugar
o lugar tá aqui, ó
.
.
.
.
.

mel

18/01/2010

no fim...

No fim só sobrou ele.
Ele com aquele outro que nunca viu longe de si.
Ele.
Ela.
uma barriga.
um futuro.
Não se conheciam.
No fim só sobraram os tres
ele, ele, ela.
.
.
.
mel

15/01/2010

quero construir sem prazo de demolição.



Midraj
Me envenena do seu GOZO!

Deixa eu beber um pouco de vida.

Quem sabe assim eu não envelheço NUNCA!




MIDRAJ.
bombardeia meu coração
me faz rir de prazer
me mata.
depois me recussita com um sorriso.


midraj

quem sou eu?

as vezes...

cult puta drogada linda magra cinefila inconsequente feia insignificante branca azeda porca bagunceira divertida palhaça atriz cantora fumante ansiosa romantica impulsiva simpatica timida suja sem vergonha sem pudor nervosa menina apaixonada problematica obcecada gatinha doce delicada estilosa feliz sonhadora triste amavel sexy carinhosa musica bisexual desagradavel chata falante beberrona quieta chorona forte aberta bipolar depressiva fraca inteligente artista facil mulher nua brincalhona incompleta vazia viciada pornografica criança fumaça infeliz descalça olhos azul misteriosa amada calor odiada sem nome sabia conselheira santa devassa brisa pura perua otimista limpa cansada calada pessimista dolorida frio fugitiva anjo louca arrogante tentadora pretenciosa ar abstrata surda muda cega john paul george ringo janis jim raul cazuza caetano luisa debora alessandra eudes felipe leandro amanda aline julia bia marcos dalva marylin james confortavel barulhenta extremista lua rua asfalto pedra vidro agua corpo oculos tatuagem borboleta passaro barata rato secreta negra concreta pele cheiro mãe pai avo tia filha estrela luz diva dengosa carente chuva boca nariz buceta lingua descartavel minuscula biscoito neve poeira vento bolha demolidora sol nuvem humana coraçao passatempo arrependimento voce desenho pintura escultura massa saliva sentimento morte vida segredo.


Midraj

11/01/2010

acho q estamos transbordando de nós
mel
minha chatice diária tornou-se meu afago de todas as horas
minha carencia imatura passou a ser minha pauta preferida
minha abstinencia, meu prato predileto
tua ausencia, meu conforto
O ciume , meu vício
a tristeza, a parceira
Felicidade - Obrigação
.
.
.
.
mel
eu não sei o nome das pessoas
eu não sei o nome daquele trequinho que coloca pra segurar a porta
eu não sei quem escreveu esse livro
não sei quem dirigiu aquele filme
muito menos quem atua naquela peça
Nunca decorei o nome daquelas coisinhas pequenininhas de biologia
muito menos as classificações de química
as orações subordinadas são pra mim, sem continuação, coordenação ou significado
não lembro o por quê das coisas
não sei a fala maravilhosa daquele filme
não lembro aquela frase linda da Clarice
Não me recordo se dei meu primeiro beijo com 9 ou com 10 anos
não tenho ideia de qtas semanas exatas está minha gestação
aniversários? nem pensar
qtos anos eu namoro?
que dia é nosso aniversário?
Não me recordo o dia que a gente se encontrou
nem o mes
nem o ano
.
.
.
.

EU SEI QUE EU AMO
E SEI TE EXPLICAR POR A + B TODA E QQ SEnSAÇÃOZINHA QUE TÁ AQUI, Ó
EU DIVAGO DURANTE HORAS SOBRE AQUELA CENA
AQUELA IMAGEM
EU SINTO
EU VEJO
MINHA MEMÓRIA É MINHA MÁQUINA FOTOGRÁFICA, MEU CORAÇÃO É MEU COMPUTADOR SENSORIAL DIGITALMENTE ANALÓGICO



MEL

09/01/2010


a ..................................................................................................................................................
.........................................................................................................................................da

FLOR ........................................................................................................pele


.
.
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.
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.
mel

08/01/2010

um suspiro de saudade

olhando nas fotos , vi vcs com sorrisos lindos e felizes, naquela casinha cheia de tanto
silencio
cheia de um silencio q sempre quis falar
aliás, de uma fala que não precisa nem ter o que dizer
um jogo de sensações fantasticas
e qnd digo fantasticas, não é só pelo nome
ou pelo mero significado que essa palavra ganhou, por donas de boutiques ou bichas espalhafatosas
FANTASTICO
de fantasioso
de fantasiado
dicionario
Que se refere à imaginação.
Quimérico, criado pela ficção.
Incrível, extraordinário, invulgar, excepcional: projetos fantásticos!
!
!
!
aí me deu um nó no peito
uma pontada de inveja, com um sorriso de satisfação
um aperto de falta e um soco de realidade
um mistura bem viva com espera do que está por vir
uma cabeça que lembra, um corpo que vive hoje e um coração que está em todos os lugares
.
.
.
.
saudade
(ainda não descobri exatamente de que. e talvez eu nem queira saber. só sei que é bom sentir e sonhar e lembrar e assim de novo construir um parentese que não fecha
.
.
.
.
.
.
MEL

03/01/2010

vidro.

transparente quase invisivel eu deito do lado dele e ele nao me enxerga nao me toca nao encosta a perna na minha na sente o cheiro da minha nuca dos meus cabelos nao me abraca nao me acolhe eu deito do lado dele e eu nao existo eu viro pro canto da parede encosto os braços e as pernas na parede fria e nao faz difereça choro em silencio ele nao sussura no meu ouvido bons sonhos ele nao sente meu calor a pulsaçao do meu coraçao quase nao respiro choro me derreto ele continua estatico e eu sinto o que significa nao ser amada
sinto o amor dentro de mim preso fico sufocada quero chamar a atençao dele mas ele nao me ve invisivel intocavel nao tenho cheiro nao tenho cor nao tenho o beijo o beijo de boa noite nao teho nada vazia cortada ao meio incompleta insatisfeita infeliz incapaz estupida masoquista sempre soube o que poderia receber em troca sei e mesmo assim sempre volto caminho na direçao contraria ando em marcha re me sinto soznha nua numa cama a dois sem cumplicidade sem ser atendida sem agrado sem caricia sem mim ivisivel eu tento chamar atençao choro mais alto me toca me olha me sente me agrada me faz sorrir me faz sentir amada querida especial unica me experimenta olha atravez dos meus olhos frio frio 40 graus e eu sinto frio nessa cama queria ir embora mas nao tenho coragem nao consigo ser fria vivo de expectativas frustradas me sinto reprimida
nao posso dizer eu te amo descartavel facil de ser esquecida facil de abandonar nao faço falta nessa cama durmo sozinha acompanhada pelas minhas proprias ilusoes e frustaçoes levanto acendo um cigarro ele nao se move uma certeza um rastro um camiho a dois planos sorrisos invisivel mas eu sempre volto durmo na mesma cama choro frio cigarro pele toque um resquicio de esperança o luto a perda o medo de perder o que eu ainda nao conquistei deito na cama encosto meu corpo semi nu na parede gelada
deito ao dele completamete sozinha.

midraj

30/12/2009

Areia no pote de vidro


os dias passam

v a z i o s
e você?
as horas desnudas
se constrangem
se sentam se sentem longas e ao meu lado dizem macia e paulatinamente
espera áspera e autera
verá
a sábia ampulheta vira

verá que vira ei de vê-la virar há de vir dar o ar
da graça
e sorriso aberto de braços prontos
para
en-
laçar

elA

05/11/2009

carrossel

Num belo dia olhei pra ela e pensei: Como pode? Já estava na hora dela fazer alguma coisa
hj
o espelho me diz isso

será q a vida é cíclica?

MEL carrossel

por dentro

tá dentro de vc, embora vc nao ache
.
algumas diferenças morfologicas acontecem, pelo conhecimento alheio vc acredita
.
muitos acontecimentos hormonais te fazem ter certeza
.
o olhar que te observa sempre, agora parece ter dois focos.
Um, aquele mesmo que vc já conhecia. o outro, mais cumplice, mais doce. um olhar que perfura todas as camadas da visao
Nesse caminho, interrogações saltitantes e coloridas
!!!
A mais longa performance feita na vida
.
A maior produção de todas
.
Sua grande obra de arte
...
em processo
MEL

oniranálise

E depois de tanto tempo tomou coragem e voltou a se deparar com as malditas teclas que teimavam em reaparecer em seus sonhos.

Oniranálise
ontem com uns amigos voltou a acreditar que coincidencias existem e que cada vez mais, piegas ou não, sente que precisa pensar positivo

Chato essa coisa de TER que pensar em coisas boas. Mas é claro o momento em que se deixa de praticar o "bom" pensamento e a cabeça turbilha de tragédias. Daí, o gráfico dispara e sua mente só observa o q há de pior em tudo

é por isso que medito
é por isso que vejo o mar
é por isso que compro frutas, pela suas cores
é por isso que amo meu amor
é por isso que experimento todo as religiões e cada vez percebo meu imenso ceticismo
é por isso que agarro meu cachorro
que tento amar as pessoas
que dou bom dia no elevador
que mando beijo qnd alguém me manda tomar no cú no transito

é por isso
q voltei!


MEL
(agora com laranja)

25/10/2009

Relaxa, não é só você, o mundo está cheio de gente assim. As pessoas ficam procurando a verdade e depois que encontram não sabem o que fazer com ela.

elA

15/09/2009

Sabe o que é que eu fico pensando as vezes? Tem tanta gente que passa, né?
Geralmente isso acontece quando estou no ônibus. É assim, as vezes eu vejo alguém passando na rua e fico olhando pra aquela pessoa. Aí, eu fico pensando: de onde será que ela está vindo, o que será que acabou de acontecer com ela, para onde ela está indo? Será que ela está feliz, angustiada, o que será que ela está sentindo agora, neste momento? Que tipo de pessoa será que ela é? Você não fica pensando isso, não?

elA

14/09/2009

Não é preciso berrar pra que te escutem. Ao contrário disso, é capaz de o berro ensurdecer alguém.

elA

Carta a um admirável diretor.

Oi Jefferson,
fiquei pensando quinze mil duzentas e quarenta e nove vezes se eu te mandava esse email. Nada demais, mas incrível como uma coisa banal as vezes nos faz pensar demais. Imagina... Se eu mando ou não um email. è que as vezes as banalidades contém tantas outras coisas que... Bem, o fato é que assisti as peças e seus trabalhos sempre mexem comigo de uma forma que eu sei essas minhas palavras aqui não vão dar conta de explicar, mas mesmo assim vou fazer o possível. E a dúvida entre enviar e não enviar o email foi: "Caramba, o Jefferson não é muito dado a elogios, não vou mandar... Mas o trabalho é lindo, vale a pena ser comentado, ele não vai se incomodar. Ah, mas vai parecer piuguice. Ah, mas eu sou piegas, ué, qual o problema em ser pieguas?" Enfim, monólogo interior bombando só com o simples fato de mandar ou não uma porra de um email. Caralho, se todos os problemas do mundo fossem como essse... "Ah Alessandra, manda logo isso e pára de gracinha, vai!" Decidi mandar, já tô mandando.

Quarta-feira, estréia do 21.1. Não lembro ao certo que horas mas era a tarde e eu estava em casa pensando em que objeto levar, remexendo minhas pessoalidades, minhas memórias, minhas lembranças, pensando em que parte da minha vida valia a pena ser remexida. E um estalo: cara, que maneiro isso. Eu estou aqui, na minha casa, no meu quarto, com as minhas coisas, e o espetáculo já começou. E adorei isso, sobretudo porque em março apresentei a minha monografia e meu trabalho consistia justamente na minha própria história sendo dividida com o público através dos meus objetos que iam aos poucos sendo guardados em caixas de papelão. Era um péríodo de mudança na minha vida, conclusão da minha faculdade, minha pessoalidade sempre esteve em cena desde o primeiro período e foi a forma mais sincera que encontrei de concluir aquele ciclo de vida e arte, não necessariamente nessa ordem, mas certamente intrinscecamente ligados. O nome do trabalho monográfico é "Sobre Nós - um diálogo entre poesia, composição e improvisação na transpósição do pessoal para o artístico". Mas não estou aqui para falar do meu trabalho, no entato não pude deixar de falar, já que o que eu vivi no 21.1 tinha essa minha experiênciacomo antecedente. E já foi muito bacana remexer meus objetos para levá-los a um espetáculo, imagina fazer isso depois de ter feito um espetáculo com os meus próprios objetos... enfim, eu estava adorando aquilo. Cheguei no Sesc e a... ai, esqueci o nome dela agora.... Ah! A Liliane me pediu meus objetos. Entreguei a ela e quando vi, ela os estava guardando dentro de caixas de papelão! Virei para o meu amigo e falei: "Alê, olha, caixas de papelão!" Fiquei curiosíssima querendo saber o que eu ia encontrar lá, se ia ser parecido com o "sobre nós", se não, o que ia ser feito com os objetos pessoais do público, se iam nos inserir na cena, se iam, de que maneira o fariam (confesso que essa parte me deixou beeeeeeeem aflita! Tanto que a Miwa perguntava alguma coisa e as minhas respostas monológicas tinha por dentro um coração disparado dentro de um corpo duro e retesado. Menino, tenho pavoooooor dessas coisas. E ainda inventei de ser atriz, vai entender! Vai ver é isso, que é mais fácil estar dentro do que fora de cena)?Na cara e na coragem, entrei. E a cada instante eu ia me apaixonando mais. Aquele clima estável, conversa, todos temos uma história, de quem será esse objeto e que história esse objeto vai contar... o que cada um vai falar, como as pessoas vão se mostrar... Não sei dizer, Jefferson, mas sem catarzes o trabalho foi muito provocador, sabe? e que coisa mais linda a Miwa revelando no final que era o pai dela, aquele homem que vinha, e a mãe aquela mulher que esperava... E Jesus, maria, José, se eu tivesse no lugar do cara que ela pediu pra tocá-la no final... Eu nem sei, acho que ia ficar catatônica, estática, completamente paralisada. se mal eu conseguia responder as perguntas triviais que ela me fazia, rsrsrsrsrrs Imagina estar ali, diante de uma mulher nua, pedindo para ser tocada, na frente de vinte e tantas pessoas... Esse incômodo, esses lugares em que seus trabalhos nos colocam... É genial. E no fim, uma pergunta: será que a história do Leandro é verdadeira, será que os objetos são mesmo da avó dele? Será que aquelas trocas de cartas são reais? Será que o que a Julia disse era verdade? Sair provocado por tudo isso, é genial... E mais: como a falta de aplausos é maravilhosa, a continuidade que isso provoca. Começou como terminou, sem rupturas, sem quebras, sem dizer aqui começa ou aqui um "espetáculo". Tudo faz parte da vida. E adoro ver isso... Vida e arte tão misturadas, sem se confrontarem, sem perguntar onde começa e termina uma e outra coisa. Divino. essa questão me ronda tanto. Sei que ronda a arte contemporânea de um modo geral, mas ver acontecer, viver acontecer num a experiência como a tua proposição 21.1 é sempre bom demais. Obrigada por esses instantes, obrigada por me dar a oportunidade de me transformar e afirmar essas questões na minha vida, na minha arte - "em mim", talvez seja melhor dizer, para não separar levianamente uma coisa que está tão misturada com a outra.

Sábado, 05 de setembro, fui assistir 21.2. E mais uma vez fiquei encantada. Entrei ali, naquele bar, sentei e durante praticamente toda aquela 1h40 eu me sentia plena e admirada. Uma encenação tão simples e tão sofisticada ao mesmo tempo. É tão difícil qualificar o teu trabalho, Jefferson, porque eu acho que é justamente isso que ele faz. É como se ele descategorizasse as coisas e colocasse vida nelas. Sem a necessidade das decodificações. Ai, e aquele vestidoooooooooooooo, pelo amoooooooooor Deus, pai santíssimo e amadoooooo. Que coisa mais laranja e mais maravilhosa é aquela? Mas o mais bacana de tudo, é que a primeira coisa que me veio a mente quando a Luisa entrou em cena foi: "Gente, que mulher magra é essa?" A magreza dela era impressionante e me agoniou um pouco, até porque eu nunca a tinha visto pessoalmente e não podia imaginar que ela era tão magra. Até porque, sei lá porque, uma cosia engraçada, acho que a Luisa não tem cara de pessoa magra, sabe? Enfim, isso não vem ao caso. O fato é que pouco tempo depois, aquela magreza agoniante já tinha desaparecido dos meus olhos, porque o que eu via naquele dois, entre aqueles dois tomou proporções inomináveis. A gente está tão acostumado a ir ao teatro e ver personagens, e ver histórias, grandes cenários, e ver tanta coisa... O bacana ali era que eu estava vendo gente. E pra mim não tem nada mais deliciosa em teatro do que ver gente. Ontem mesmo, eu estava assistindo uma entrevista com o Matheus Nachtergaele e perguntaram a ele algo como que tipo de ator irrita ele quando ele está como diretor. Ele respondeu que ele gosta de todo tipo de ator, mas a única coisa que irrita ele é gente que não está verdadeira mente envolvida com o que faz, gente que não se mela daquuilo que está fazendo, que ele gosta de ver algo parecido com a vida. E acho que ele estava falando disso que eu vi ali. E acho que na verdade não é algo que se parece com a vida, né? Acho que é algo que é vida. Pelo menos pra mim, foi. Além de tudo isso, eu ainda estava vivendo um momento parecido com um instante que o casal Luca e hors viveu: a separação. eu estou vivendo um momento bem parecido e e olhei pra aquilo e vi tudo tão de verdade, vi tudo tão ali... o silêncio de uma separação, a incomunicabilidade, o estranhamento que acontece entre duas pessoas que até ali eram tão cúmplices, o abismo que se faz entre dois que já estavam tão misturados que nem sabiam mais o que ra de um ou de outro. E o vácuo que acontece dentro da gente. E o choro ininterrupto do fim, o entender que ali, acabou. Nesse omoento eu pensei: Gente, cadê a serra, porque uma gilete é pouco pra cortar os pulsos, rsrsrs. mas foi só um pensamento distaciado, entendeu? Eu não estava me sentidno assim! Eu me identifiquei com aquilo, era bonito, era verdadeiro, era denso, mas não era ua catarse trágica! E falei: filho da puta! Como que consegue fazer isso? Algo tão profundo, tão humano, tão verdadeiro sem ser excessivo, visceral a quinquagésima potência. Era para eu estar querendo cortar os pulsos, mas eu estava apenas identificando na Luisa o que de mim existia naquela vivencia. E esse "apenas" é tanta coisa... Aí eu me lebrei de uma frase que ouvi quando eu estava no primeiro período da faculdade, numa aula de teoria, o professor pergunatnd: Para que serve a arte?" E vendo 21.2 eu pensei: Cara, isso aqui me pergunta através da arte pra que serve a vida, e agora eu vou sair daqui, e vou me perguntar pra que serve a arte através da minha própria vida. E me lembre porque eu fui procurar fazer teatro da vida, pra que eu fui procurar escrever da minha vida, porque eu fui procurar fazer arte da minha vida e vida da minha arte... a vida por si só não deu conta dela mesma... e acho que a arte também não. Mas se não existe uma coisa nem outra separadamente, eu já estou me contradizendo, mas não tem problema, sinto que é algo por aí. E seus trabalhos sempre me ajudam a pensar sobre isso, a viver isso, a continuar me perguntando... Só que o mais belo disso tudo, é que parece que os teus trabalhos são tudo isso sem a pretensão de ser, e só por isso são, entendeu? Cara, parabéns de verdade, do fundo do coração (coisamais cliché e piegas... mas é verdade), é muito gratificante ter a experiência de entrar num teatro e experimentar tudo isso. Coisas que eu levro pra minha vida e que são, pode ter certeza, um aprendizado artístico, sempre. Um parabéns muito grato pra você e todos que estiveram presentes aí construindo esse trabalho. Vou colar aqui um poema que eu escrevi no ano passado, logo no início do meu processo de monografia... Acho que tem um pouco a ver com tudo isso, embora não dê a dimensão de nada do que eu vi...

TÍTULO
Quero ser no palco
letra de biografia romanceada
n'alma o que eu queria
era ser puro verso de livre poesia
e na vida , este conto inacabado,
o que eu poderia senão
essa mais plena ficção?

...

Reticências no espaço do pensar diriam:
Se não houvesse nesse coração estúpido
tamanha pretensão
quereria mesmo ser versos sem rima
amor sem endereçocarta sem destino
ponto sem final
porque no fim
tudo vira vírgula

nada

no meio de qualquer coisa
sem essa de virar canção,
arte comentada,
bibliografia recomendada
nessa pobre rima
esse particípio que já foi
quisera tanto que esqueceu de ser

Esse querer mais-que-perfeito...

Há um tempo falando também
do futuro de um que se escondeu lá atrás
não se tocou que seu presente não tinha conjugação
talvez nem verbo
nem coisa nenhuma
E sem querer, já é.

elA

Uma pena eu não ter assistido 21.3, ainda mais pq é com a Julia. Estou torcendo para que vocês ocupem outro espaço aqui no Rio. Vocês tem essa intenção? Bom, não sei se eu disse tudo, mas acho que eu disse o mais importante. Desculpe a pieguisse e os excessos... Tô trabalhando o comedimento, eu juro. Um dia eu consigo! rs.
Um beijo grande, Lelê


elA again

18/06/2009

Flores de plástico não morrem
mas também não vivem
Pessoas de plástico não vivem
mas também morrem.

elA

15/06/2009

A filosofia é a teorização, a literatura é o exemplo, a cena o acontecimento e a vida... essa ainda não sabemos o que é.

elA

É que a filosofia se pergunta muito na tentativa de entender, na literatura o exemplo querendo ser concreto, e a cena... concretude querendo ser vivida. E a vida no final das contas simplesmente é sem querer ser nada.

30/05/2009

A MINHA SORTE VALE R$1,00

Desempregada, solteira, sem dinheiro, há uma semana praticamente confinada em casa... e ainda por cima... de TPM! Puta-que-pariu!
A verdade é que, naquele sábado, era pra mim que o dia não ia muito bem... Nada bem. Acordei por volta de 14h30 com a sensação de serem 6h da matina. O corpo pesado e o humor dos dragões... um bafo de onça e o pobre do meu filho aqui, aturando a mãe. Minha mãe e meu irmão estavam saindo para um bloco animadíssimo, destes que tem aos montes no carnaval... Mas pra mim, são mais sinal de causadores insuportáveis de trânsito do que motivo de alegria, na verdade. Especialmente em dias de tpm, como aquele sábado.
Um amigo havia dito que reservaria um convite para eu assistir seu espetáculo "Cachorro", já que estou tão dura que nem as cinco pratas eu estava podendo... Como eu teria que pedir ao meu ex-marido para buscar o meu filho mais a noite, meu corpo era uma granada e o pavio não existia... deduzi que na real, a medida mais cuidadosa era ligar imediatamente para o pai do meu anjinho e pedir que ele o retirasse rapidamente da zona de risco – eu estava a ponto de explodir. Assim foi feito. Após dar o almoço e o banho, permiti ao pequeno mais alguns instantes de entretenimento no computador – ele é todo metido a tecnológico e adora os jogos do cartoon network, disney, jetix e discovery kids. O interfone tocou e então, meu filho estava a salvo.
Algumas tentativas frustradas de contato com o meu amigo para lembrá-lo sobre o convite não me fizeram desitir de finalmente sair de casa. Liguei para Santa vovó Yvonee pedi R$5,00 como ajuda de custos para que eu pudesse me locomover até a Gávea e depois voltar para casa (a passagem de ônibus custa R$2, 10). Minha Santa avó atendeu ao pedido de socorro e com uma nota de R$5,00 libertou a neta de seu confinamento. Após alguns instantes de papo entre as duas, o relógio marcava dezenove horas e cinco minutos alaranjados. É que estes celulares da moda tem display metido a moderninho, cool. Despedi-me de minha Santa vovó Yvone - imaginei que seria adequado sair com aquela antecedência, pois embora fosse apenas atravessar o túnel, seria bom chegar um pouco antes do horário para verificar o lance do convite. A peça estava marcada para começar às 20h.
Segui até o ponto de ônibus e julguei mais prudente pegar a van que ia para Gávea pelo túnel do que o ônibus 178, com mesmo destino, mas cujo trajeto incluia uma volta a mais - e havia um certo engarrafamento nesta volta a mais. Entrando na van, encontrei uma velha amiga, Marcela Leite – alguém com quem não tenho contato freqüente, mas muito carinho. Ela me chamou com empolgação. Comprimentamo-nos alegremente e sentei ao seu lado. Como está sua irmã e como vai seu pai, o que sua mãe anda fazendo da vida e seu irmão já deve está enorme, como vai o novo emprego e quando me dei conta, a van estava indo não pelo túnel, como de costume, mas pela Avenida Niemeyer - e um trânsito ferrenho me fazia suspeitar que eu chegaria estourando o limite do relógio. Enfim, procurei aproveitar aquele encontro inesperado. Conversamos um pouco , eu e Marcela , e quando eu estav no auge do último episódio trágico da minha relação teoricamente amorosa, toca o telefone de Marcela - Imagina só? Era o auge! É claro que eu estava no grau máximo de euforia, gesticulando feito uma louca, fazendo caras e bocas, defendendo veementemente minha razão integral na história, envolvidíssima com o presente momento revivendo o instante passado. - Ela falou por algum tempo e desligou. Retomei do ponto onde havia parado, mais calma serena e podenrada, é claro. Ela estava interessadíssima, afinal minha histórias são sempre profundas, densas, gregas, e muito dialogava com minhas questões durante a conversa. O telefone tocou de novo. - Eu sorri, tentando demontrar a simpatia de uma pessoa compreensiva, serena, controlada, afinal de contas era seu pai. Família, né? A gente tem que ter respeito pela família dos outros. Eu não ia gostar se fizessem cara feia pra minha mãe mesmo que ela estivesse do outro lado do telefone. Mas aquela ligação já estava durando cerca de dez minutos e quando um pai passa mais de cinco minutos numa ligação... Pode ter certeza, o esporro tá comedo! - Ainda bem que eu não tenho pai - Dito e feito, Marcela desligou e disse: " É que eu perdi a bolsa da faculdade e meu..." TRIIIIIIIIIIIIIMMMMM "Alô, oi pai..."
Aí foi até quase o fim da Avenida Niemeyer naquele blá blá blá, mais do lado de lá do que do lado de cá, porque a voz da Marcela mesmo, eu ouvi poucas vezes. No total, ela deve ter passado cerca de vinte minutos só nesta ligação. Marcela finalmente desligou. Ai eu quase gozei, já estava virando uma necessidade vital terminar aquela história, até porque, vinte minutos entubando pra poder contar. Empolgadíssima, eu abri a boca e ia emitir o primeiro som quando a Marcela disse: Ai, rapidinho, amiga, agora tenho que ligar para o Pedro – o novo caso com quem ela estava indo encontrar no Leblon – "Oi Pedro, foi mal, é que eu estava no telefone com meu pai e tal... tá, pode ir saindo de casa, peraí... Moço, vou saltar aqui, na esquina daAtaulfo! Oi Pedro, então tá bom, daqui a pouco a gente se vê. Beijo." – Eu ainda estava com a boca aberta, paralisada na mesma posição. Queria poupar o tempo de abrir aboca pelo menos e aproveitar o último minutinho que restava pra contar meu drama. Mas ali estava a esquina da Ataulfo. Marcela lamentou por não termos conversado mais, nos despedimos com dois beijinhos e ela desceu.
Eram 20h05 e a peça já havia começado. Pensei que se eu corresse, de repente chegava a tempo de entrar.A van me deixou na Bartolomeu Mitre, próximo ao Hospital Miguel Couto. Corri, corri, corri, corri, corri até o Planetário. É verdade que parei algumas vezes. Uma puta dor no peito, fumante é foda! Com bronquite ainda por cima... Melhor nem comentar. Chegando no Planetário logo avistei a Luciana Martoni. Ela estava na porta com toda pinta de produtora. Ela e mais uns dois funcionários do teatro. A janela da bilheteria estava fechada por uma madeira idêntica ao resto da parede do lugar.
"Oi, Luciana, a peça já começou, né..." Ela começou a me responder: "É, e você sabe como é o teatro aqui, né, depois que fecha..." Minha vontade naquele momento foi de sentar exatamente ali onde eu estava e chorar...mas chorar muito, muito mesmo! Choro de mulher desempregada, solteira,com uma fortuna de R$3,00 no bolso, enfurnada há uma semana dentro de casa, sem qualquer mililitro de alcóol no sangue, recém saída de um trânsito ferrenho, com TPM filha-da-mãe e barrada na porta do teatro depois de correr a Maratona dos Fumantes Fudidos. Ainda assim, eu resperei fundo - não tão fundo senão o choro podia vazar - e tentei, juro que tentei, simpaticamente falar sobre o horror que estava o trânsito, culpando estes blocos animadíssimos de carnaval pelo meu atraso. Prometi voltar no dia seguinte e com antecedência. A minha sorte é que o dia seguinte era aquele último domigo do mês, quando os teatros da prefeitura do Rio vendem seus ingressos a R$1,00.

elA

29/05/2009

EU E ELA SOMOS NÓS


Ela não precisa de espaço nem tempo, não precisa de dentro nem fora, nem motivo ou causa, nem ponteiro parado, televisão sem som, som quebrado, multidão vazia, nem de gente cheia de tudo, nem de tudo nem de nada, nem coisa alguma. Ela é coisa democrática, silenciosa, verborrágica, ela em qualquer forma. Ela na veia correndo por todo corpo, efeito instantâneo e latente. Só lhe dão se você deixar... e um espaço vazio, sem quinas, sem cor, sem gente, sem móveis. Só você e a agulha. Fina, pequena, indolor, prata, na veia, agulha, suave... Ela entra macia e faz aquele pic. Só lhe dão se você deixa entrar. E você deixa. E entra, é denso e seria amargo se tivesse gosto... líquido entrando denso no corpo e o corpo olha por teto que não há. E o teto é branco e o céu nublado e as espumas e azul do céu sem nuvens e o mar azul e o barulho chuá que vai e que vem e a água molhada na areia gelada que cobre o pé das unhas vermelhas do esmalte risqué que começou a descascar no dedão. E o gelado do coco na garganta que desce enquanto o opala 86 passa preto na rua e buzina antes de o sinal abrir. Os pés que caminham sobre areia fofa antes de pisarem no chão de metal desenhado do ônibus da linha 177 que vai em direção a praça Mauá. A agulha sai num rompante do braço mas isso não é nada comparado ao lirismo das altas montanhas cheias de curvas e árvores, montanhas com nome de pão-de-açucar brilhando verdes parecendo veludo da luz que sol assina nesse espetáculo... altas belezas naturais logo ali atrás dos espelhos d'água, as águas vistas pela janela que anda ali no aterro do Flamengo. E de repente tudo isso some. Não tão lírica é a gorda - ela é enorme, um mundo praticamente, não é só gorda, é obesa mesmo, e mórbida ainda por cima - a gorda que acaba de levantar ao lado e cobrir toda a visão da cena. Sem pedir lincença, ela levanta e ainda passa o seu gigantesco quase sufocante traseiro na sua cara. Ela se vai e a vista volta. O pão-de açucar já foi e agora o que se vê é... ih! Moço! Abre aqui pra mim? O que se via era o posto BR na Osvaldo Cruz. Escuro. Está escuro agora. Não estava quando os pés pisaram a areia fofa. O porteiro não está na cadeira. Nossa, a parede da portaria do prédio é marfim? Não é branca? Jurava que era... E o piso? Que isso? O piso é de mármore e de losangos e é preto e é branco e... um poste no canto direito. Um poste no canto direito? Um poste também de losango e também branco e também preto e alto e colonial e cafona no canto direito! Cafonérrimo! Um poste cafonérrimo no canto direito? 16 anos morando num prédio preto e branco cafonérrimo... Isso é constragedor. As plantas até que não incomodam embora não falem nem andem e pareçam mortas mesmo estando vivas. Ai que nojo!!!! Uma lagartixa branca passando com o rabo pela metade no losango. Será que o rabo dela ficou se mexendo quando ela o perdeu? De que cor será que a lagartixa vê o mundo? Será que ela vê vendo? De repente a lagartixa é cega.... Mas se é cega, pra que que tem olhos? O que? 25º? O elevador está parado há 10 min no 25º? Ok... Ok... Tudo sob controle... É só a neurótica do 2504 fazendo obra pela 25ª vez. Tudo bem. Todo mundo tem problemas e o dela é síndrome do nunca estou satisfeita com nada por isso muda o carro a cada seis meses, a cor do cabelo toda semana, a do esmalte a cada 5 minutos e o marido ela nem tem porque antes de assinar os papéis ela resolve que deve mudar também. Mas eu não tenho nada com isso, não moro no vigésimo quarto, nem no décimo quinto e não estou fudida por causa da obra dela - posso subir de escada, afinal o terceiro andar não é tão longe assim, mesmo tendo o play e duas garagens antes. Caramba, o play e as duas garagens... O problemas são essas duas garagens. Ai, caramba. Morta. Tô morta, que isso? Muito morta! Pelo amor de jesus cristo senhor amado nosso, o que é isso? Uma pessoa com 25 anos não pode passar mal desse jeito subindo três andares, um play e duas garagens! Ih, a luz! Ficou acesa. Hum... Que fome! Será que o estrgonofe de terça-feira está estragado? Ai é negativismo isso. Uma pessoa otimista se perguntaria se o estrogonofe ainda está bom. Ai! Cadeira reclinável... como essa cadeira é macia. Cadeira grande marrom macia reclinável. Cadeira de preguiçoso. Frio. Merlot. Cadê as taças? Taças de vinho de vidro de cor branca de poeira de anos sem usar. Taças vazias. Taças cheias de nada dentro delas. Taças com o pano que esfrega esfrega esfrega. Transparentes as taças estavam depois do pano e antes do vinho que desce desce desce aos poucos saindo da boca verde de vidro da garrafa do Merlot que saiu da bolsa branca do supermercado coração vermelho cor de unhas descascadas. Computador ligado. Teclas brancas com letras pretas Duas taças. Iniciar e um link branco cor de teto e de nuvem e de espuma com "W" azul Microdsoft Word. Times New Roman número 12. Não... Explorer. Internet Explorer, "e" azul mas este azul é claro diferente do Microsoft Word que é azul escuro. Duas taças de vinho ao meu lado. Uma é minha. A outra é sua. Trospecosaoaverso.blogspot.com. Ai... tropecos ao a verso ou tropecos a verso? Nunca sei como é... Quem foi a criatura que fez esse negócio de colocar de um jeito no login, outro no nome e um terceiro no endereço??? G- zuis! Hein, meus olhos azuis??? Ou foram os olhos cor de Mel? Nova Postagem escrito em branco dentro de um quadrado laranja. "Ela" foi a primeira palavra antes que o resto das letras começassem a aparecer e... um gole. Duas taças. Uma é minha e a outra é sua. Um gole que desce desce desce e entra denso e seco e amargo desce e caminha por dentro do corpo de todo o o corpo e a tela branca, tudo branco as pareces o chão o teto, não há móveis, não há nada além você no meio. Espaço vazio, sem quinas, sem cor, sem gente, sem móveis. Só você e a agulha. Fina, pequena, indolor, prata, na veia, agulha, suave... Ela entra macia e faz aquele pic. Só lhe dão se você deixa entrar. E você deixa. E entra, é denso... líquido entrando denso no corpo e o corpo olha pro teto que não há. Duas taças entre mim a tela branca povoada por pretas letras que surgem dentro do pensamento. Duas taças, a minha é a cheia e a sua, fiel companheira Solidão, é a vazia. Um brinde a nós duas e um gole. E eu te engulo e me embriago de você antes que pense em me engolir e eu fique bêbada pra te esquecer. Mais um brinde. Estamos juntas e somos uma. Eueela. Só lhe dão se você deixar. E você deixa. E pede mais. Um gole. E o líquido desce vinho e amargo e seco e denso desce desce desce desce desce.


elA
Poesia não é uma forma de escrever, é um modo de ver o mundo.

elA
ela perguntou se eu acreditava.
nao queria falar sobre aquilo naquela hora. tava fraca. a cada meio esboço de sorriso, imediatamente caia uma lágrima.
tava triste. vazia. com a cabeça embaralhada, com preguiça quase medo de pensar.Uma espécie de preguiça/medo, aquela q vc sabe q se pensar, fudeu! então , para nao investir em paranóias mais perigosas apenas disse:
-Não
-por favor
-agora não
-mas vc acredita?
-sei lá.queria acreditar, seria bem mais confortante

3 arrudas
um texto
e
mta


MEL
sempre achei ridículo o discurso pronto ao me parabenizarem.
"parabens, tudo de bom. mta saúde, paz.Q vc seja mto feliz"
Saude e paz
pode desejar q eu nao acho mais ridículo
MEL

27/05/2009

qual o problema desses artistas ditos contemporaneos que fazem questao em suprimir a sua arte numa especie de bolha inflavel incapaz de ser furada?
porque a insistencia em trabalhar com a dor, com a melancolia, o sofrimente, "o que nos toca, comova, apreoxime, bla..."
se a vida na maioria das vezes tem que ser pratica e nao sentimental.
como fazer uma arte pratica?
como se disvincular do artista /pessoa?
nem tudo genial foi causado pela dor.
nao da pra unir os dois entao?
a vontade de nao fazer nada com a vontade de querer alguma coisa.
criar.
escrever.
o que for.
as vezes as opinioes nao interessam tanto assim...
criar pelo simples fato de criar.
escrever porque tem vontade de escrever, falar, seja la pra quem for...
pra mim, pro meu artista, pras minhas angustias...
o artista vive num muro cercado de angustia, ansiedade, dor, bla bla bla.
entao.
practicidade.
façamos alguma coisa com esses bla bla blas todos,
nem que seja escrever bla bla blas no nosso querido blog.
desabafo de uma atriz que nao sabe direito pra onde correr, pra que correr
e querendo correr como louca.


MIDRAJ

25/05/2009

depois de muito tempo calada
minha cabeça pede em altos brados que saia alguma coisa por entre os dedos
que saia a ansiedade que tá aqui dentro
que saia o medo
as fantasias
as paranóias
que saia
pode ser ser como for
jogo fora aqui o que nao me serve mais dentro da cabeça
que pede por favor e em alto bom som pra sair
que saia
saia de reto
saia correndo
saia sem eu sentir
ou melhor
comigo sentindo por que assim dá mais prazer
o não acreditar me persegue desde a infancia
pode ter sido culpa dos meus pais que nunca acreditaram de fato em nada tb
pode ter sido culpa do rabino que só falava em hebraico, e aí realmente dificultava o entendimento
o fato é que passei grande tempo da minha vida querendo acreditar em algo confortante....mas sou desconfiada demais para isso...
mas é injusto
a quem eu vou pedir?
quem vai fazer com que minha cabeça me iluda?
e esse peso, com quem eu divido?
não gosto de falar pra ninguém, pq pode ser que atraia
Vou explodir!
e ainda hj, um rapaz de uns 30 anos me para na praia e pergunta o q eu estava lendo
-é uma biografia
-nao, poesia
-vc é mto sensível
(eu meio se saco) - é?
-eu sou médium. vc tb
-eu? não (risos tímidos)

ele sentou e me olhava profundamente nos olhos. eu desviava. a fragilidade do momento não me permitia tal confronto. Lá ele ficou, me contou toda sua vida e agradeceu por eu existir.



MEL